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quarta-feira, 13 de maio de 2015

Além do horizonte

O ministro da Fazenda estabeleceu como meta fiscal para este ano um superávit primário na casa de R$ 66 bilhões para o conjunto do setor público (União, estados, municípios e empresas estatais). Ao fim do primeiro trimestre, porém, período em que tipicamente se acumula pouco mais de um terço do resultado anual, o saldo primário atingiu apenas R$ 19 bilhões, inferior ao necessário para chegar à meta e também o pior desempenho nos primeiros meses do ano desde 1998.

É verdade que parte das medidas propostas para a melhora das contas públicas ainda não havia entrado em vigor naquele momento, como também parece ter havido esforço no sentido de “limpar” a contabilidade, reconhecendo despesas que, de fato, haviam ocorrido no ano passado. Ainda assim, à vista do observado até agora, há riscos ponderáveis de descumprimento da meta.

Em condições como as que vigoravam há alguns anos a geração de saldos na casa de R$ 16 bilhões por trimestre não seria um grande desafio. No entanto, as condições mudaram, e para pior. Medidas a preços de hoje, as despesas correntes do governo federal – para as quais há informação atualizada – saltaram de R$ 822 bilhões em 2010 para R$ 1,012 trilhão no ano passado, aumento de R$ 190 bilhões.

Ao analisarmos as contas do governo federal no primeiro trimestre, entretanto, observamos que não houve qualquer redução das despesas correntes; pelo contrário, estas cresceram R$ 5,4 bilhões. A modesta queda do dispêndio total se deu pelo corte do investimento, reduzido em R$ 7 bilhões.

Isto não é novidade. Qualquer analista das contas públicas brasileiras sabe que, em face da enorme rigidez orçamentária, o aumento da despesa corrente é virtualmente impossível de ser revertido em prazos curtos. Assim, a irresponsabilidade fiscal dos últimos quatro anos impõe um custo enorme hoje: sem poder reduzir a despesa corrente, hipoteca-se o futuro.

Isto deve ser lançado na conta do ex-ministro da Fazenda e seu secretário do Tesouro, sem dúvida, mas trata-se principalmente de débito da presidente, que não apenas assistiu de camarote a piora expressiva das contas públicas, como foi também mentora “intelectual” deste processo. As dificuldades do presente são reflexo do passado.

A lição, contudo, não foi aprendida. Não faltam representantes da mesma escola que nos colocou nesta situação, mais do que delicada, para pontificar sobre os custos do ajuste fiscal, que, convenhamos, está longe de ser o mais audacioso da história do país. Na cabeça destes economistas a imensa expansão fiscal dos últimos anos, que transformou superávits primários de mais de 3% do PIB em déficit de 0,6% do PIB parece jamais ter acontecido. Nem o salto da dívida pública, de 52% para 62% do PIB, é motivo de qualquer preocupação.


Para atacar estes temas é preciso ir além da gestão de caixa. Temos que retomar propostas de ajuste de longo prazo que permitam reduzir de forma permanente o gasto, ao invés de preparar o terreno para nova rodada de aumentos de impostos. O desafio é claro; o que não é clara é a disposição do governo para enfrentá-lo.

E o ajuste fiscal nos levará de volta ao canibalismo...

(Publicado 06/Mai/2015)

42 comentários:

Off

Breve contribuição (dois pequenos videos da Ayn Rand e Thomas Sowell) sobre a polêmica acerca da pesquisa da FEE do RS.

http://alanternanapopa.blogspot.com.br/2015/05/um-pouco-de-ayn-rand-e-thomas-sowell.html

Quando a conta não fecha, reduzimos a mão-de-obra (empregada), os custos (restaurante e roupa) e se necessário vendemos o carro.

Considerando que, segundo o Ministério do Planejamento, o PT adicionou 4,5 mil cargos comissionados a maquina burocrática entre 2002 (18.374 mil) e 2014 (22.926), e que os salários variam entre R$ 10,6 e $R 21,3 mil (segundo o site do JusBrasil), poderíamos facilmente economizar R$ 1,8 bi (conta de padeiro) se a PresidANTA demitisse essa “gordura” que provavelmente não contribuem muito para o progresso do Brasil. Os custos, leia-se investimentos na nossa infraestrutura e serviços já estão sendo cortados (o BNDES esta quebrado, e diga-se de passagem que a PresiDANTA nunca gostou muito de parcerias). Então falta vender ativos. Infelizmente falta coragem para debater este assunto e reduzir a presença do Estado brasileiro, mesmo depois da derrocada da Petrobras. Dilma dificilmente demitirá os companheiros...

O que fazer realisticamente meu Caro Alex? Como estará nossa economia no final deste ano? E o dólar, a quanto estará? Meu chute, R$ 3,40 (nesse rumo) a 3,90 (se houver processo de “impeachement”). Pergunto por que você tem a mania de acertar, seu “track record” é impressionante!

Agora que o jornal Valor debutou poderia corrigir alguns erros da infância como trazer Alex de volta e expelir picaretas como Belluzzo,Sayad...O Delfim é oportunista mas que talento.

Guilherme ... estamos atrasados uns 50 anos. Esse problemas todos que estamos "enfrentando" hoje,m eles lá nos EUA já vem combatendo faz 50 anos...

Todas as análises e conclusões, ou grande parte delas, partem do presuposto que deva existir uma proporcionalidade mágica, igualitária, de sentido cósmico da sabedoria universal contra a diversidade intelectual, de que a taxa de crescimento dos dados históricos, , tem que ser iguais no período.

Assim, um pequeno exemplo, se a população é composta de 50-50% homens e mulheres, assim deve o ser também na engenharia; se há X-Y-Z brancos, pardos e negros na sociedade, assim deve o ser na engenharia; se o n;umero de ingressos nas universadides saltou de X para Y% da população, na mesma proporção também deve o ser na engenharia, etc.

De acordo com os sábios do MEC, como a sociedade é "injusta", devemos utilizar a academia como plataforma de promoção à justiça social. A vontade própria do indíduvuo, suas aspirações, vocações e limitações ficam em segundo plano.

É qo que o Thomas Sowell chama no seu livro de JUSTIÇA CÓSMICA. Vale apena a leitura.

E temos que ler o a seguir na Wikipédia: "João Manuel Cardoso de Mello é um dos maiores intelectuais brasileiros vivos[parcial], professor e economista. Um dos fundadores da FACAMP1 e Unicamp, se graduou em Direito e mais tarde se formou em Ciências Sociais na USP." Outros que se denominavam “desenvolvimentistas” abandonaram o barco e agora se dizem fundadores do “novo desenvolvimentismo” diferente do “social desenvolvimentismo” (?). Essa turma vai escrever (e encontrar espaço e seguidores) que a crise foi provocada pelo Levy e pelos neoliberais. São experts nas críticas e zero nas soluções. Já vivi tempos onde eram a maioria e os únicos acreditados. Hoje muitos (não sei se a maioria) já são racionais e os criticam abertamente (antes não era possível). Já li um texto de um dirigente da associação keynesiana onde demonstrava não saber que Keynes era um economista clássico antes do “Teoria Geral”. Misturou escritos do período clássico com os do Teoria (uma miscelânea ininteligível). No fim demonstrou não saber que Keynes era a favor do câmbio flutuante e contra a inflação (seu modelo de desenvolvimento é que, na prática, principalmente nos países que não emitem moeda conversível, levou à estagflação).

Para saber como é desenvolvimento do JM de fato:

Professores pedem investigação do MPT sobre denúncias contra Facamp:

http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2012/06/prefessores-solicitam-ao-mpt-para-apurar-denuncias-contra-facamp.html

Ou essa:

o. Denúncia
feita ao Conselho Universitário da
Unicamp (Consu) pelo professor
Mário Presser aponta que o Instituto
de Economia (IE-Unicamp)
beneficia em suas contratações
professores ligados à Facamp:

http://www.adusp.org.br/files/revistas/40/r40a02.pdf

Joaquim Levy parece estar em um governo paralelo, ou talvez seja como se o Ministério da Fazenda fosse hoje uma autarquia na prática, mesmo não tendo essa atribuição no papel.

É óbvio que a presidente e todos os economistas que a acompanharam durante toda a vida, pelo menos até o ano passado, discordam frontalmente da atual política econômica. Se isso não for verdade eles nunca tiveram convicção de nada. Afinal, por que ela concordaria? Está adotando essa política fical restritiva contra a vontade dela e de seus economistas. A campanha eleitoral recente é prova disso.

Abraço do Gabril Xavier.

Olha, na verdssde, eu tenho pena de ambos: O levy, um engenheiro com boas intenções mas que está servindo a um projeto comunista à brasileira, e o outro, o Pessoa, na mesma linha com a única diferença de que ainda irá servir.

Estão precisando de mais Von Mises, Hayerk, e Frédéric Bastiat e menos de Rousseau, Paul Krugman, e Conceição Tavares.

O melhor dissso tudo é ouvir, da boca do próprio Hayek sobre a igonorância econômica do Keynes com o qual conviveu muito: https://www.youtube.com/watch?v=y8l47ilD0II

O Brasil precisa de imaginadora nos moldes de Singapura para ficar rico.

Alex,

Responde a Paulaner (cerveja amarga) pelo amor de Deus!!!

Ela conseguiu te responder e redobrar o fato de que ela não olha para dado! Falou de equilíbrio, citou Kahn e Piketty, mas não respondeu o porquê da política que ela propõe não ter dado certo nos últimos 4 anos...

abs X

"Olha, na verdssde, eu tenho pena de ambos: O levy, um engenheiro com boas intenções mas que está servindo a um projeto comunista à brasileira, e o outro, o Pessoa, na mesma linha com a única diferença de que ainda irá servir. "

renato: você acha que burrice é renovável? Está gastando como se não houvesse amanhã...

"Ela conseguiu te responder e redobrar o fato de que ela não olha para dado! Falou de equilíbrio, citou Kahn e Piketty, mas não respondeu o porquê da política que ela propõe não ter dado certo nos últimos 4 anos..."

Não me escapou... :-)

"As várias faces do desenvolvimentismo" VALOR, J. L. Oreiro. Defende que o fracasso do governo DR não é da turma do desenvolvimentismo. Nega o que pregava antes dos primeiros sinais do fracasso. Merece uma crítica (ou não se chuta cachorro morto?)? Nega a utilização de poupança externa para o desenvolvimento (deve ser utilizada apena a poupança interna (pública + privada).

Renato, obrigado pelos seus comentários. Eles me motivam a estudar cada vez mais, pois quero ficar distante da possibilidade de escrever o que você escreve.

Achava Samuel Pessoa um dos melhores economistas agora vem defendendo um aumento de 2,5% na carga tributária. Virou contador? Esqueceu que a ordem dos fatores altera o produto : teremos apenas tributos, primeiro,como sempre,e o mesmo pacto social(as mesmas bocas) depois.Ele conhece a literatura caramba: ajuste só funciona com cortes.

Oureiro está brincando: quer substituir a Pátria Educadora do Santana pela Pátria Exportadora do Skaf.

Fala Alex, tudo bom?

No teu livro com Giambiagi vcs fazem uma Cobb Douglas e colocam 40% de participacao pro trabalho e 60% pro capital. Nao seria o contrario para o caso do Brasil?

Por exemplo:

http://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/TDs/td_1702.pdf

Resumo do plano Joao Manuel: formar um mandarinato (de campineiros?) para administrar a indústria (previamente estatizada?).

Anônimo disse... " Renato, obrigado pelos seus comentários. Eles me motivam a estudar cada vez mais, pois quero ficar distante da possibilidade de escrever o que você escreve

>>> Agora você entende porque nada muda no Brasil e ficamos mais distantes daquele brasil do futuro ? ;)

A formação desse mandarinato campineiro que vai salvar a economia brasileira da estagnação dos últimos 35 anos deve ser através de tertúlias hegelianas,furtadianas...

O sr tem inveja do irmão levy porque ele tem formação acadêmica superior a sua, porque ele é mais inteligente e bem sucedido ou porque ele é levita?

Fala Alex, tudo bom?

No teu livro com Giambiagi vcs fazem uma Cobb Douglas e colocam 40% de participacao pro trabalho e 60% pro capital. Nao seria o contrario para o caso do Brasil, ou seja 60% para o trabalho?

Por exemplo:

http://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/TDs/td_1702.pdf

"O sr tem inveja do irmão levy porque ele tem formação acadêmica superior a sua, porque ele é mais inteligente e bem sucedido ou porque ele é levita?"

Não: é porque ele é mais parecido com um saci do que eu...

"Agora você entende porque nada muda no Brasil e ficamos mais distantes daquele brasil do futuro ? ;) "

Se você está se oferecendo como exemplo, sim, todos nós entendemos.

O senhor não pode ser considerado um economista pois o senhor desconhece a função social que um economista deve ter em uma sociedade.

Novos GasTos implicam em Novos Impostos, by LEVY - http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,gastos-novos-geram-novos-impostos-afirma-levy,1688808

Hmmm... que tal olhar do lado do custo, e não apenas da receita, eihm ? Vejamos, que tal... diminuir o tamanho da máquina do governo, etc ?

Aliás ... pode ser contra-intuitive para um engeheiro e/ou fisico mas todo economista sabe que menos imposto concorre para MAIOR arrecadação.

"O senhor não pode ser considerado um economista pois o senhor desconhece a função social que um economista deve ter em uma sociedade."

Já você não pode ser considerado um mamífero, pois lhe faltam os neurônios para tanto.

: Aliás ... pode ser contra-intuitive para um engeheiro e/ou fisico mas todo economista sabe que menos imposto concorre para MAIOR arrecadação."

Ih, olha o renato defendendo o aumento da arrecadação...

A prova disso e que as teses que o defende,elas plantam Juros para colher inflação.

Queria uma ajuda de qualquer um por aqui.

Sou graduando em economia e pretendo trabalhar no mercado financeiro, pra quem deseja trabalhar nessa area um mestrado vale a pena?

Durante épocas de crise é sempre bom ficar mais tempo estudando, melhor se preparando, e um mestrado pode sim ajudar a abrir futuras portas. Digo aos jovens que conheço que os estudos abrem portas, mas para crescer precisa trabalhar de forma inteligente e produtiva. Boa sorte.

E sobre DR, sua esperança (e com sua história) deve ser do Levy fazer o "dirty work" (necessário)para arrumar a casa para que o Brail possa atrair novos investimentos para então voltar a gastar a vontade para eleger outro petista...

Correção:As teses que o senhor defende.

"Sou graduando em economia e pretendo trabalhar no mercado financeiro, pra quem deseja trabalhar nessa area um mestrado vale a pena?"

Para arranjar trabalho? Sim. Para ganhar dinheiro? Não.

Boa Alex,

estava interessado em pesquisar mais sobre a situacao das contas publicas do Brasil.
Nos dados oferecidos pelo site do Ipea lembro-me que a relacao divida liquida/Pib era de por volta de 35% do Pib ate o fim de 2014.

Onde vc coletou os dados que vc apresentou? "Nem o salto da dívida pública, de 52% para 62% do PIB..."

Esses dados sao da divida bruta? O que usualmente eh incluso na divida bruta mas nao na liquida?

Abs

"Correção:As teses que o senhor defende."

Desculpe: eu não falo símio.

"Esses dados sao da divida bruta? O que usualmente eh incluso na divida bruta mas nao na liquida?"

Sim, você pode encontrá-los no site do BCB. Aliás, a série histórica lá mostra as diferenças entre dívida líquida e bruta.

As principais são as reservas internacionais (abatidas da dívida bruta) e os ativos do Tesouro contra os bancos públicos (principalmente BNDES), mas, se quiser todos os detalhes, o melhor é pegar no site do BC mesmo, na série histórica da dívida (definição nova).

"Não: é porque ele é mais parecido com um saci do que eu..."

Desculpas, não entendi, o levy é perneta? Ou o ajuste fiscal dele que é perneta?

Alerta, o jornal Valor começou a atacar os juros altos (editorial de segunda).

O seu programa na CBN ainda continua?

"Desculpas, não entendi, o levy é perneta? Ou o ajuste fiscal dele que é perneta?"

Sou amigo pessoal do Ministro Levy e posso afirmar que ele possui as duas pernas...

A derrota decana do Brasil no trilho do desenvolvimento econômico e social é fruto do fracasso das políticas econômicas adotadas nos últimos seis anos.
Milhões de desempregados é o custo desta estupidez experimental "desenvolvimentista".
Pede pra sair!

a entrevista do Delfin me causou nojo

De novo ele não admite.

o gordão conseguiu falar o país nas 2 ditaduras.